segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Entrevista

Thomas, 26 anos, filho de família abastada, acordou as 6h. Estava muito ansioso para a sua entrevista de emprego. Havia se inscrito no processo seletivo de um grande banco, onde concorria com aproximadamente 12.000 jovens para uma das 40 vagas do processo seletivo para Trainee. Passadas as fases iniciais, hoje seria finalmente entrevistado por uma banca de diretores.

Chegou na sede do banco um pouco antes do horário previsto e para passar o tempo, leu algumas matérias da nova edição da Newsweek  online no notebook que trouxera consigo.

- Sr. Thomas?
Levantou-se, ajeitou a gravata do suit novo e respondeu:
- Sim.
- Vamos lá? Acompanhe-me por favor.

Percorreram um longo corredor com muita gente trabalhando. Olhou pelo vidro ao redor e se achou  high-profile demais para aquila coisa tão básica. Mesmo assim, pensou: "é aqui que eu quero estar trabalhando no próximo mês"

Chegando na sala de entrevistas, ninguém menos que a senhorita Schumacher, a diretora de Recursos Humanos. Após apresentar-se oficialmente, iniciou o diálogo:

- Sr. Thomas, vamos estartar a nossa entrevista com uma pergunta bem simples: o que o traz aqui?
- Bem, uma oportunidade de iniciar a minha carreira numa grande corporação. Que seja algo entry-level mesmo... Já me sinto pronto para começar asap!
- E o que sabe sobre o Bank Investments?
- Primeiro que é um dos principais players num mercado global, com excelente performance, sólidos resultados nos últimos anos, com upsides de EBITDA, CFROGI e market share. E depois que é uma empresa que investe bastante no empowerment dos seus empregados.


- Gostei do seu approach. Muito bem informado! Vejo aqui no seu currículo graduação em economia, MBA em finanças... Conte-me um pouco sobre seu background, expertise e skills.
- Além do que a senhora comentou, sou black belt e pretendo fazer o PMP para project management ano que vem. Na minha experiência profissional anterior, como estagiário, trabalhei numa corporação cujo core business era o varejo. Participei do maior turn around ocorrido na empresa, quando, num momento crítico, houve um enorme downsizing para viabilizar uma joint-venture emergente.
- Muito Bom...
- Além disso também pesquisei ativamente os processos da empresa do meu pai, mas lá me limitei ao budgeting e cash-flow.
- E parou a pesquisa?
- Precisamente. Não concordava com a falta de aderência ao business plan original do empreendimento. O headcount ultrapassava o dobro do planejado para o resultado obtido no segundo trimestre. Me senti pouco prestigiado quando anunciei que o break even point seria postergado em um ano e não fui ouvido... Mas papai entendeu bem minha posição. Tive esse feedback dele.
- Perfeito, perfeito! Muito proativo! Mas como o senhor pode aprender tanto a ponto de realizar essa análise mark up tão precisa?
- On job training mesmo. Em empresa familiar todo mundo tem que dar uma de controller de vez em quando...
- Show! Agora conte-me um pouco da sua vida particular. Como vive? Como são suas relações familiares e conjugais? Tem filhos?
- Veja bem, ainda sou um bachelor. Moro sozinho num loft alugado por papai e atualmente não tenho namorada, só umas amizades free-lancers. Estabeleci um compromisso comigo mesmo de só constituir família própria após atingir certos targets pessoais, mas o deadline ainda está um pouco longe de chegar. Assim, sigo o meu ramp up no timing devido...
- E quando não trabalha, faz o que?
- Ouço música. Rock, hip hop, lounge e algum jazz, mas gosto mesmo é de Men at Work !
- Ok, ok... Uma última pergunta, apenas. Onde o senhor espera chegar aqui no Bank Investments?
- CEO.
- Mas... assim? De cara?
- Claro que não! Após alguns job rotations e o estabelecimento de um masterplan preciso, com due diligences e follow ups periódicos. Por enquanto estou só no kick-off desse processo.
- Ah, claro... Muito obrigado e Parabéns Sr. Thomas! O seu profile já o caracteriza como um homo corporativus de excelente background. Vamos analisar seu curriculum  e nosso pessoal de assessment e R&S poderá contactá-lo em breve. Boa Sorte!



Uma semana depois, nada conformava o candidato preterido.
Incrédulo e com o smartphone na mão, lia e relia o email de agradecimento e dispensa do Banco. Disseram que era necessária alguma fluência em inglês para o entry-level...

E sem inglês... Bem, sem inglês a gente sabe.

Sem saber nada de inglês não dá, né...?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Estrada do Presente - De Gates ao Google

Li há pouco uma reportagem na Veja sobre a voracidade do Google na direção de criar um tapete de infraestrutura hiperveloz entre sua (já mega) estrutura interna e a casa do consumidor. Essa é a chamada last mile.

O Google anunciou a construção de uma rede de banda de 1 Gigabit (500 vezes mais rápida que uma conexão atual de 2 Megas). Isso permite praticamente uma revolução no uso que concebemos para a internet atualmente. É como se permitíssemos lotar e esvaziar um maracanã inteiro em poucos segundos, fazendo com que todos os torcedores passassem ao mesmo tempo no mesmo portão sem que houvesse apertos ou confusões na briga por espaço. Haveria folga suficiente para todos...
O serviço será fornecido a 500 mil pessoas incialmente e - promessa do Google - a preços competitivos.

Imediatamente veio a minha cabeça um antigo livro escrito por Bill Gates em 95 chamado A Estrada do Fututo. Com que prazer adolescente li esse livro que prometia maravilhas num novo mundo chamado de digital, onde os lares estariam equipados com internet de altíssima velocidade, capaz de trafegar dados de video e som on demand, de uma forma tão instantânea, que redefiniríamos a maneira de assistir TV e ouvir rádio com a introdução de conceitos até então desconhecidos na experiência do entretenimento doméstico: a interatividade e a convergência digital.

Assistiríamos novelas em TVs de tela finíssima, penduradas na parede, com conteúdo multimidia em alta definição e com a opção de congelarmos uma cena para apontar e clicar em determinado abajur do cenário, levantando informações sobre fabricante, preço, disponibilidade em estoque... pimba! Compramos um abajur pela TV! (que seria também a tela do computador doméstico). Que maravilha de vida teríamos nos então longínquos e vindouros anos 2010...

O livro foi um marco na minha leitura pessoal. Lembro que peguei um ônibus para ir pra livraria do Shopping  ver se já tinha chegado e o arrematei por um valor que tinha que ser programado pra caber no meu orçamento de estagiário. Hoje talvez o tivesse comprado na pré-venda da americanas.com e pago no cartão de crédito. Daqui a dois anos, usuário da rede Google, é possível que, além do livro, eu assista um video HD especial baixado em seis minutos, bônus da compra do e-book que fiz na amazon, com tradução simultânea do Google Instant Translator, que traduz sem sotaque a partir dos sons originais.

A profecia do Gates então, se torna realidade.

Só me intriga porque o homem que conhecia o futuro 20 anos à frente, ficou tão para trás na garantia do espaço que a própria empresa dele ajudou a estruturar? A Veja lembra que as grandes vedetes da Microsoft, o Windows e o Office, já tem seus 20 anos de estrada e, apesar das tendências claras da web 2.0 (capitaneadas pelo Google, inclusive) ainda mantém aquela característica de rodar e armazenar em máquinas locais.


Gates, olho vivo! O mundo caminha para os aplicativos e armazenamentos online. A estrada da supervia está sendo pavimentada a vibrantes passos largos, e ao que parece, com asfalto virtual do Google.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fator Raridade x Seu Salário

Hoje passei um tempo conversando com uma pessoa inteligente. Logo, fiz um investimento. O papo era sobre os altos valores cobrados por palestrantes no mercado corporativo. Mas não só sobre isso...

É interessante perceber como existe uma relação invertida entre um bem produzido pelo trabalho físico e o valor percebido e atribuido a ele pelo mercado. O lugar comum é a situação em que o operário que dedica mais horas e mais esforço físico ao trabalho é comumente muito mais mal remunerado do que o executivo que, embora dedique muitas horas ao seu processo produtivo, não exerce esforço físico algum.

Nesses anos 2000 é conhecido por todos o fracasso do comunismo em tentar gerar um equilíbrio balanceado entre trabalho e capital, distribuindo as riquezas do sistema igualitariamente entre seus geradores. A utopia era perfeita mas hoje me soa como tentar forjar o controle do câmbio do dólar, produzindo a ilusão de que se tem uma moeda local forte. A indução articial não produz distribuição de renda, afinal.

A única coisa que percebo entrar como fiel da balança nessa equação, trazendo, ironicamente, maior justiça na distribuição do capital, é algo que chamo de "fator raridade". É a raridade do trabalho, e não o esforço e tempo empregados neste, que traz maior retorno sobre o investimento. Esse é termo da equação que estabelece, não um equilíbrio propriamente dito, mas um princípio de tendenciamento na remuneração do trabalho.

Por esse raciocínio é que vemos peões da construção civil suando a camisa e ganhando pouco em jornadas descomunalmente braçais e ao mesmo tempo vemos um artista plástico malhando ferros para produzir obras que, por serem "de arte", geram um retorno fabuloso ao artista e o representam in persona, caracterizando assim o alto grau de raridade do evento. Em termos práticos: os irmãos Campana suam bicas para produzir suas peças de design e fazem rios de dinheiro por seu particular talento enquanto na obra da esquina dezenas de serventes suam outras bicas em esforço bruto para receberem um cheque-miséria semanal e apenas viverem suas vidas. Mas, afinal, existem dois irmão campana com um talento raro e 200 mil pedreiros dividindo as mesmas habilidades no mercado, não?

Daí é que volto à discussão sobre os altos valores cobrados por palestrantes e encaixo a teoria da raridade com perfeição. Nada é mais bem remunerado do que o capital intelectual movido por esses professores-relâmpago, que resumem em duas horas o conteúdo do seu livro e embolsam 20 mil reais antes de sair correndo para a próxima preleção do dia. Talvez eu ou você possamos dizer as mesmas coisas, mas só pagarão a eles porque eles tem um sbrifs a mais: o efeito raridade.

Pense nisso. 

Na próxima vez que seu filho zerar um jogo no playstation de forma absurdamente rápida e genial, pense se ele não poderá ser um futuro virtuose da criação de games capaz de revolucionar um mercado usando boné e jeans, como John Romero e seu Doom. Pense no que você tem de melhor, único e pessoal... algo que certamente os outros percebem e desejam - eventualmente até verbalizam isso. Invista nisso e relegue o resto. Essa é a sua fortaleza!

Recentemente percebi a minha. Não conto pra não ser imitado, afinal a coisa só tem valor se somente você a dominar no ambiente. Minha vó, em sua sabedoria, diria "em terra de cego quem tem olho é rei". Já eu, numa tirada mais noveau chic, afirmo: Eu quero mais é viver de raridade...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um Windows que Presta?

Se a palavra é mobilidade compre um netbook 3G.
Se a palavra é compatibilidade, infelizmente seu netbook virá com Windows.
Dessa forma você garantirá que será capaz de abrir aquela planilha no aeroporto enquanto participa de uma teleconferência pelo Skype. Bom né?

Pois é... não fosse o fato de o netbook vir com o tal do XP. Se fosse o Vista o coitado nem ligaria! O Win XP garante que, pelo menos inicializar, o bicho vai! Daí a rodar Skype sobre Excel são outros quinhentos (minutos).

Já estava desistindo do netbook e o passando adiante. Era um Dell mini 10 com 1Gb de RAM que eu sabia de antemão não ser pau pra toda obra. Afinal a proposta dos pequenos era apenas conseguir acessar web, rodar videos, coisa boba mesmo. Não dá pra encarar uso profissional e pedir performance de gente grande.

A surpresa veio em verde e amarelo quando resolvi botar o Windows 7 no bichinho. Funcionou que foi uma beleza! O netbook ganhou agilidade, performance... beleza (porque não?). Quase me fez admitir que a Microsoft havia dado uma bola dentro depois do desastrado Vista.

Tive que pagar um preço por isso. Comprei um drive DVD USB para conseguir instalar programas (o próprio Windows 7 e o Office, por exemplo) e durante a instalação - mais rápida do que a dos antecessores - infelizmente perdi todos os dados não backupeados pois não há upgrade direto XP/Seven. Isso quer dizer que ele formata o HD do zero para jogar o novo SO em cima.

Como já sabia de antemão que isso aconteceria me precavi e não perdi nada significativo. Aliás só ganhei. Ganhei um elogio-padrão para usar em relação ao sistema da Microsoft, e isso representa muito para quem só tem descido a mão no tio Gates desde o Win 98 e é fã declarado do Mac OS.

No fim das contas, recomendo a todos os usuários de netbooks insatisfeitos que dem uma chance ao Win 7 antes de detonarem as maquininhas no mercado livre. Sugiro muito gastar uns R$ 250 num drive DVD para sair da complicação das instalações adaptadas de pen drives (um horror!).

Se nem isso funcionar, a outra palavra que conheço para portabilidade será somente essa: macbook air!!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

De Homem pra Homem: Sobre a Aparência


Aparência é tudo, não é?
Não... na verdade não. Mas é sim.
Explico.
Num raro momento de TV aberta, assisti um programa que falava sobre o processo de "apaixonamento" de um casal. Dei atenção especial ao ponto em que, entre pessoas que dançavam numa boate, os homens-caçadores mediam com o inconsciente a velha relação cintura-quadris das suas presas potenciais, buscando o que nossa memória instintiva nos apresenta como boas matrizes reprodutoras para nossa herança genética. As mulheres-caçadoras, por sua vez, buscavam nos homens não os sinais de virilidade, e sim os objetos e acessórios que de alguma forma caracterizavam o nível de sucesso que cada um havia atingido. A aparência, a maneira de se vestir, o rélogio caro, a marca do celular... qualquer penduricalho está escrevendo em letras garrafais se você é um cara bem sucedido e, portanto, elegível na escala feminina de interesses.

As mulheres se desenvolveram para bem além das réguas animais que determinam as necessidades e vias corretas da procriação humana. As danadas sabem, bem melhor do que nós, para onde a fartura de provisões está soprando, farejando seus pares a partir da aparência e da pujança das marcas que usam. Nós queremos sexo, elas querem estabilidade. Simples como isso!

Viajei nesse tema e construí pontes de analogia, levando esse mesmo raciocínio para dentro das empresas. A maioria de nós homens não está apta sequer a entender o quanto a nossa aparência conta pontos na vida profissional. Isso acontece porque simplesmente não nos enxergamos como penduricalhos de marcas e comportamentos de etiqueta.

Pudera! Estávamos jogando futebol na lama do campinho do bairro enquanto as meninas davam os primeiros passos para entender como funcionava a caixinha de maquiagem das mães. Elas tem as ferramentas desde cedo enquanto nós, fisicamente privados até da capacidade de divisar nuances tonais nas cores, passamos uma vida sem entender porque as meias tem que combinar com a cor das calças.

O fato é que aparência conta. No mundo corporativo, digo.
Não defendo os narcisistas, as limpezas de pele e máscaras masculinas. Nada contra quem faz, mas penso que ainda dá pra viver sem isso e ainda assim esbanjar  sofisticação e elegância. Falo de coisas mais básicas, como cabelos penteados, unhas aparadas, cinto combinando com o sapato e... porque não? bons relógios, bons perfumes, modos à mesa... boas molduras a um conteúdo que quer ser visto e bem avaliado por quem o tem como exemplo e pelos que tem as chaves que abrem as portas das promoções e melhores desafios profissionais.

Sim, caro leitor, o mundo te avalia pela aparência em primeiro lugar! Não se trata aqui de tomar um toco da mulher mais gata da noite. Podemos estar com sua carreira em jogo e o ponto de desempate pode ser  decidido pelo seu poder de convencer a platéia do que você é capaz. Talvez seu Tissot comunique com mais propriedade a seu interlocutor que se você foi bem sucedido a ponto de poder usar uma jóia dessas no braço, talvez ele deva mesmo te oferecer aquela posição de comando regional da empresa.... talvez ele possa confiar no seu taco. Sucesso atrai sucesso!!!

Abra o saquinho para recolher conselhos em drops:
  • Vista-se bem. Monte um guarda roupa clássico-curinga. Compre uma peça cara por mês, devagar e sempre, mas não deixe de acumular esse tipo de riqueza: ternos, trajes esporte-fino, roupas de trabalho.
  • Passe a comprar uma revista que te deixe informado sobre o universo masculino. Nada de Placar e Four-four-two. Pense numa UM, Vip, Voce SA... Você se surpreenderá como os temas lhe serão interessantes, além das beldades nas capas. Afinal... são revistas masculinas, não?
  • Leia. Sempre e de tudo. Convenhamos que não adianta dar um trato no visu se não houver um conteúdo a altura. Tenha sempre um livro na cabeceira. Compre pelo menos um livro por mês, alternando formação profissional, religiosos, ficcionais, etc. Você verá como o seu vocabulário vai melhorar (e isso lhe fará redigir melhores emails!)
  • Faça um curso de vinhos, cervejas, alta gastronomia... whatever! Pense em algo que lhe dê prazer e tenha uma ar de... sofisticação. Isso te trará assunto extra pra botar na mesa entre uma reunião e outra, além de crescer seu networking.
Tem um livro legal da Glorinha Kalil que fala sobre essas coisas. Recomendo "Chic Homem - Manual de Moda e Estilo" à venda nas  livrarias por cerca de R$ 80.

Veja o livro no Submarino 

Há muito mais para fazer ao se investir na auto-imagem. Isso é só um começo muito básico, mas os resultados não tardarão a chegar, nem que seja finalmente conseguindo faturar a gata da noite numa balada concorrida.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Getting Things Done

Tenho utilizado um método de gerenciamento de ações que fez diferença na minha produtividade, quer seja nas tarefas profissionais, quer nas pessoais.

A metodologia  GTD (Getting Things Done), descrita no livro homônimo do americano David Allen e traduzido inssossamente para o português como "A arte de Fazer Acontecer" (onde eles arrumam tradutores assim?) preconiza, em termos muito simplificados, a retirada de todos os afazeres da sua cabeça e direcionamento para uma caixa de entrada única, física ou não, de forma que você não precise se lembrar do que tem que fazer e sim, de olhar no lugar onde todas as informações estarão registradas e catalogadas  segundo critérios que permitirão que elas sejam realizadas de forma otimizada.

Dessa forma, você somente fará na rua, por exemplo, tarefas pendentes que terão solução no shopping ou supermercado, não ocupando a cabeça com limpar a garagem, pois esta tarefa estará registrada entre as coisas que tem que ser realizadas em casa. A grande vantagem da metodologia é a versatilidade das formas de armazenamento físico das tarefas. O autor deixa isso em aberto e concede a cada leitor o direito de arrumar a maneira que mais lhe satisfizer, mantendo íntegra apenas a estrutura do método de gestão.

Ótimo! Assim não preciso me sentir culpado em não  usar pastas suspensas e arquivos em (argh!) papel, por exemplo.

Utilizo um smartphone HTC Magic rodando Android e acesso todas as minhas tarefas online através do site toodledo.com. Naturalmente faço o check e manutenção do GTD também nos meus computadores diários, no trabalho ou em casa. Pago $14 anuais no toodledo para ter acesso a características que tornam a implantação do GTD mais natural nesse site, no entanto a versão gratuita é bastante robusta e dá pra começar com ela.
Sugiro a aquisição do livro original do David Allen, mas informo que a busca tem sido árdua por uma cópia nacional, dificílima de achar em BH e Salvador, onde procurei. Recentemente encontrei uma nova edição com o título revisto para " Faça Tudo Acontecer" (agora sim, tradutor). Parece que se trata de uma repaginação da obra sem perda do conteúdo. Vale à pena!
Melhor ainda será pesquisar em sites, e blogs, pois toda a metodologia pode ser bem resumida sem alteração  no entendimento. Veja mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/GTD


E, claro, assista o autor falando da sua própria criação no onipresente youtube (e mais uma vez não culpe seus pais por não saber inglês. Get your own things done!)

Técnicas de apresentação

Sou fã do Steve Jobs. Vocês ja sabiam.
Sou fã, naturalmente, da Apple. Sem novidades.

Pesquisando sobre técnicas de apresentação, eis que encontro o video abaixo: Os segredos de apresentação de  Steve Jobs.
Naturalmente me apaixonei.

As famosas keynotes de Jobs para introduzir novos produtos da Apple já são globalmente lendárias. Notei que, além da roupa, ele repete gestos, frases de efeito, frases SEM efeito (que se tornam COM efeito após proferidas), adjetivos superlativos... o caramba!

Há tanta coisa a ser observada e dita sobre as keynotes de Jobs que um sujeito (curiosamente) chamado Carmine Gallo, escreveu um livro inteiro obre o assunto. O video abaixo é uma síntese do conteúdo e um mini-curso muito bem estruturado. vale à pena assistí-lo.



Meus conselhos para killer presentations?

1. Compre um mac
2. Compre o keynotes (o powerpoint do mac)
3. Compre um controle remoto pra passar os slides
4. Estude video-aulas sobre o tema no youtube. Seja fluente em inglês pra se candidatar a esse item e pare de culpar seus pais se não for.
5. Ensaie
6. Repita o item 5 até cansar.

Imite os bons e se torne um deles!

Oportunidades Disfarçadas

Sabe aquelas leituras não ficcionais que te prendem por se parecerem com histórias inventadas onde alguém, geralmente um herói corporativo, tem uma idéia genial que vira o jogo do mercado a seu favor?

Comumente chamados de cases nos MBAs, as histórias dessas ideias geniais são, em geral, os momentos mais cativantes das aulas. Parece haver um senso comum na apreciação do sucesso alheio como elemento de automotivação do indivíduo. Algo como "se eles podem, eu também posso"
O livro "Oportunidades Disfarçadas" desfila cerca de 200 cases levantados em 9 anos de pesquisa pelo autor, o publicitário Carlos Domingos. A leitura é fácil e tem suspense na medida certa. Em muitos casos a empresa só é revelada no final apoteótico da história... e você fica meio que "huummm... então quer dizer foi assim que a TAM foi fundada?".

Li o livro algumas vezes e tive vontade de montar uma apresentação-resumo para minha empresa. Acabei por ter a oportunidade ímpar de palestrar a todas as lideranças em um evento interno que se tornou um hit! O senso comum funcionou a meu favor: as pessoas realmente gostam de casos de sucesso.

Você sabe porque a garrafa de coca-cola tem aquele formato de gomos de cacau? Ou qual a origem do nome do sorvete Haagen-Dazs? Ou  ainda porque a Disney não contrata porteiros e recepcionistas, e sim atores para trabalhar em seus parques? As respostas estão lá...

Recomendo muito a leitura. É best seller, fácil de encontrar online http://www.americanas.com.br/AcomProd/1472/2796499

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E o Jobs lançou o Ipad...

Realmente não sei qual será o destino desse Ipad.
A Veja mandou uma reportagem metendo o pau no Jobs em 2/3 do texto para em seguida, no último terço, lembrar a todos que esse cara não é chamado de gênio à toa.
Quando todos estavam bitolados no disquete a Apple lançou um tal de iMac com monitor translúcido, totalmente preparado para redes e sem nenhuma fenda que sequer lembrasse um convite para disco quadrado.

Adivinha quem venceu a discussão?

No mundo moderno os tablets brigarão por um filão entre os netbooks e os smartphones sem ter a facilidade de input do primeiro e a portabilidade do segundo. Ao mesmo tempo, para se comparar aos e-readers (como o Kindle da Amazon), seria necessário que o iPad tivesse a tal da e-ink, que torna a visualização da tela semelhante ao brilho de uma página impressa. Se por um lado o Kindle e derivados são mais eye-friendly do que as telas de lcd ou oled, por outro estes são monotarefa num mundo cada vez mais multi. E o raciocínio inverso se aplica ao iPad: ele faz de tudo um pouco, mas nisso (a leitura de e-books) perde de lavada em qualidade visual para o Kindle.

Minha opinião é a mais em cima do muro possível. Ainda mais sabendo que as telas flexíveis e coloridas em e-ink estão para invadir o mercado e mudar a maneira como lemos jornais e periódicos. Talvez preferisse manter meu netbook e seu arcaico - mas físico - teclado e esperar pra ler a próxima critica da Veja sobre o Jobs num papel eletrônico que vou desenrolar de dentro da mochila enquanto o metrô me leva ao trabalho...

Hospital Psiquiátrico

Durante a visita a um hospital psiquiátrico, um dos visitantes perguntou ao diretor:
- Qual é o critério pelo qual vocês decidem quem precisa ser hospitalizado aqui?

Respondeu o diretor:
- Nós enchemos uma banheira com água e oferecemos ao doente uma colher, um copo e um balde e pedimos que a esvazie.
De acordo com a forma que ele decida realizar a missão, nós decidimos
se o hospitalizamos ou não.

- Entendi - disse o visitante - uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher.
- Não - respondeu o diretor - uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que o senhor prefere? Quarto particular ou enfermaria?

Dedicado a todos que escolheram o balde. A vida tem muito mais opções.
É preciso apenas abrirmos mais a nossa mente e passaremos a enxergar novos horizontes. 

Porque eu escrevo...

Nessa primeira postagem preciso definir um porquê.
Porque posto?
Blogs são janelas para um mundo. Antigamente as pessoas faziam diários e os guardavam debaixo da cama. Com muita sorte (ou azar, como queira), um dia seria o tal do livro descoberto e lido por alguém que - novamente com muita e muita sorte - o transformaria num best seller. Lembram do diário de Anne Frank? Pois é...

Hoje resolvi abrir minhas janelas e falar... digo, escrever.
Posto aqui coisas sobre o mundo corporativo de um ponto de vista humano e - me desculpem as mulheres - essencialmente masculino.
Porque algumas pessoas são reconhecidas sem fazer por onde, porque outras carregam o mundo sobre as costas e não tem crédito, porque o que seu chefe fala parece fazer mais sentido do que a mesma coisa (besteira) dita pelo faxineiro do seu andar... Tanta coisa pra ser falada sobre os pequenos momentos de vida dos nossos escritórios...
Tem mais. Tem gadgets também. Meu mundo é movido a tecnologia. Nós, os homo corporativus, adoramos essas pequenas coisas com botões absolutamente incompreensíveis para nossas irmãs e naturalmente indispensáveis as nossas vidas para, por exemplo, consultar o tempo amanhã no Azerbaijão.
É isso.

Pra quem não desenvolveu seu equilibrio emocional o suficiente para conseguir uma promoção recomendarei livros, psicoterapias, aconselhamento com a empregada, e quem sabe com muito esforço e dedicação, não dividirei um pouco da minha experiência também?


Deixo aqui um um convite e um grande abraço pra quem estiver seguindo. Na primeira lição de utilidade pública do blog, afirmo que era assim que se representava esse gesto (o abraço) nos tempos idos dos velhos terminais IBM fósforo verde:

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